quinta-feira, 30 de abril de 2009

Seminário: As Tendências Tecnicistas e as Teorias Antiautoritárias


As Tendências Tecnicistas

A pedagogia tecnicista tem origem norte-americana. Nela se adota o modelo empresarial, com o objetivo de adequar a educação às exigências da sociedade industrial e tecnológica, ou seja, o ensino é voltado diretamente para produzir indivíduos “competentes” para o mercado de trabalho. O conteúdo transmitido se baseia em informações objetivas e o método usado na transmissão do conhecimento é o taylorista, no qual as tarefas são divididas entre os técnicos de ensino incumbidos do planejamento racional e do trabalho educacional, cabendo ao professor a execução dos objetivos pré-estabelecidos.
O tecnicismo não se preocupou muito em fundamentos teóricos, mas se constata a influência da filosofia positivista e da psicologia behaviorista. No positivismo analisa-se o fato da não importância do sujeito e sim do objeto estudado e do behaviorismo, que também é de base positivista, as idéias de aplicação do condicionamento e o controle do comportamento.
A tendência tecnicista peca na medida em que tenta levar para o meio pedagógico técnicas e formas de organizações próprios do meio industrial, dessa forma o tecnicismo apresenta uma resposta simplista a uma questão muito mais complexa. No entanto sua contribuição positiva para o meio pedagógico está na exposição das tecnologias pra a apresentação e assimilação do conteúdo, fazendo uso de retroprojetores, aula-vídeo, utilização de slides e datashow, etc.
Na década de 60 o Brasil sofre um grande desenvolvimento industrial, resultante da intervenção do estado e do fluxo de capital internacional no país, contudo o sistema educacional vigente não atendia as necessidades de recursos humanos A implantação da Escola Tecnicista no Brasil veio a partir da reforma do ensino com a lei 5692/71, onde apesar de nunca ter ocorrido de fato uma reforma, os professores tiveram de adotar decretos-leis, que os tornou meros repassadores de um conteúdo programado que visava principalmente a formação técnica da massa trabalhadora da nação.



TEORIAS ANTIAUTORITÁRIAS

Contra a autoridade
A principal crítica feita à escola tradicional foi os seus modelos autoritários impregnados de dogmas e regras, sendo denominada pejorativamente de “escola-quartel”. Assim, pedagogos, desejosos de reverter essa situação, recusam o exercício do poder e volta-se para uma educação em liberdade e para a liberdade. Todo aluno deveria ser educado sem pressão para obter uma maturidade sadia.
Tais pedagogos pertenciam a várias tendências: liberais, marxistas e anarquistas. Todos centrando a aprendizagem no aluno e não no professor. Alguns adotaram a psicanálise de Freud, médico neurologista que não foi propriamente um teórico antiautoritário mas sua análise foi essencial para compreender o comportamento humano.
Segundo ele, a energia que rege nossos atos é pulsional e encontra-se na instância psíquica id e o superego é nossa consciência moral influenciada externamente pela cultura. O ego maduro equilibra essas duas forças antagônicas, mas quando a educação é extremamente autoritária o superego se fortalece e as forças pulsionais são ocultadas, favorecendo a repressão e a formação da personalidade neurótica. Assim, as novas idéias dos alunos eram “abafadas” para não escandalizar a sociedade.
As teorias antiautoritárias também foram influenciadas pelos anarquistas, os quais recusavam qualquer autoridade e instituições que colocavam empecilhos para a autonomia. Para eles o homem poderia organizar a sociedade pela autogestão, processo em que as decisões são tomadas nos níveis mais simples e depois ampliadas para instâncias mais amplas.

Características gerais
Todas as características da metodologia antiautoritária estão centradas em ir contra a pedagogia tradicional, então se tem como princípio a ênfase no aluno, fazendo com que esse aluno desenvolva o autocontrole. No centro das tendências antiautoritárias existe também o desprezo a toda e qualquer forma de exercício do poder, por isso a idéia de que o docente deve dirigir e condicionar a aprendizagem está descartada, ele é apenas um orientador, um facilitador dessa aprendizagem. O professor sai do centro das atenções e dá lugar ao aluno.
Nessa pedagogia não existe conteúdo próprio, ele parte dos interesses dos alunos, dos caminhos que eles queiram seguir, já que nessa forma de educar o que realmente importa é o que os alunos absorvem e não o que o professor ensina, a educação está calcada na autogestão.
Na metodologia antiautoritária cultiva-se a cooperação do conhecimento com a valorização das “comunidades de aprendizagem”, nas quais os alunos interagem uns com os outros, e onde são incentivados a buscar as respostas de interesse coletivo, além de incentivar o bom comportamento social.
Nessas tendências são descartadas todas as formas de avaliação, sem a aplicação de provas, notas, etc, já que não há conteúdo próprio, além de que deixaria clara a demonstração de poder do professor. E esse método também é abolido porque quer se estimular a responsabilidade com o uso da auto-avaliação e da autocrítica.

Principais representantes
Carl Rogers (1902 – 1987)
Para Roger, cada pessoa possui em si mesmo as respostas para as suas inquietações e a habilidade necessária para resolver os seus problemas. O papel do educador seria criar condições para o aluno se guiar por conta própria, sendo na verdade um facilitador e oferecendo recursos. Ele considera o ato educativo como um processo relacional, transformando-o em uma “comunidade de aprendizagem”. Porém, existe um limite para tal liberdade e este é imposto pelas exigências da vida. Por exemplo, um médico precisar aprender química
A. S. Neil (1883 – 1973)
Dirigiu a escola de Summerhill chegando a escrever suas experiências em tal escola no livro “Liberdade Sem Medo”. Seus métodos incluíam a abolição dos exames e da obrigatoriedade de assistir as aulas. As regras eram escolhidas pelos próprios alunos, em assembléia. Neil entende que a educação não deve reprimir as emoções para poder, desta forma, preparar as crianças para serem adultos felizes. Para continuar nesse ideal, as aulas são sempre optativas, pois, impor uma aula seria comparável à forma autoritária de um governo que obriga a adotar uma religião.
Francisco Ferrer Guardia (1859 – 1909)
Considerou o papel social da escola no ambiente de transformações políticas, criticando a atuação do Estado e da Igreja na educação. Para Ferrer, o papel do professor seria mais intenso nos primeiros anos e depois iria, gradualmente, se tornando menos diretivo. Fundou a Escola Moderna de Barcelona, aceitando estudantes vindos de famílias com as mais diversas ideologias e rendas.

As pedagogias institucionais
A pedagogia institucional antiautoritária é baseada em um caráter dinâmico,ou seja ,que está sempre em análise para se renovar. Desta forma, esta pedagogia tenta revelar contradições e fazer diferente do processo tradicional.
Ao fazer essa busca pela inovação a teoria abre as barreiras que se voltam para o aluno buscando analisar também o contexto em que esse aluno se insere assim sua análise ultrapassa as dimensões da pessoa e busca o que forma o ser.
Os elementos que embasam as pedagogias tradicionais são oposição à escola tradicional, negação à coerção, psicanálise de Freud, autogestão. Os principais propagadores dessas pedagogias foram Michel Lobrot, Aïda Vasquez e Fernand Oury.
No Brasil, a teoria não-diretiva foi trazida pelos imigrantes espanhóis e italianos que influenciados pelos ideais anarquistas levaram suas idéias para jornais, sindicatos,bibliotecas e escolas difundindo assim a pedagogia. Nessa época o maior representante no Brasil foi José de Oiticica Professor do Colégio Pedro 2º, que ousou aplicar os princípios libertários em suas aulas, seu fim foi o exílio.
As principais críticas sobre essa teoria gira em torno da sua difícil política e por conseguinte a sua permanência uma vez que se abstém da burocracia,da delegação de poder gera uma propensão a desordem e desorganização, além disso pode levar ao individualismo e a uma falsa idéia de liberdade aos alunos já que não estão sobre os cuidados do professor a toda hora. Contudo, o questionamento do poder e da repressão,assim como o amadurecimento de forma autodidata são elementos que podemos extrair como exemplos dessa teoria.

Repercussões e críticas
Como tais movimentos possuem um espírito duro, contrários à toda burocracia, negando o poder e seus representantes, geralmente não tem como manter viva a sua atuação. Os movimentos são espontâneos e de muita força como a crítica dos estudantes da Sorbonne que atingiu proporções mundiais, significando uma crítica à instituição escolar e à civilização contemporânea. Baseadas na autonomia, diálogo e autogestão, as teorias antiautoritárias provocaram uma reflexão sobre o poder que muitas vezes camufla a repressão nas escolas. Porém, as inevitáveis críticas existem pelo fato de igualar o professor à figura do aluno e por não repassar a cultura acumulada. O risco de deixar os alunos aos seus desejos imediatos seria grande pois nem sempre eles conseguiriam livrar-se sozinhos dos preconceitos e pressupostos característicos da ideologia.



quinta-feira, 23 de abril de 2009

Escola Nova e o movimento da revolução do ensino.


No Brasil, as idéias da Escola Nova foram inseridas em 1882 por Rui Barbosa (1849-1923). O grande nome do movimento na América foi o filósofo e pedagogo John Dewey (1859-1952). John Dewey, filósofo norte americano influenciou a elite brasileira com o movimento da Escola Nova. Para John Dewey a Educação, é uma necessidade social. Por causa dessa necessidade as pessoas devem ser aperfeiçoadas para que se afirme o prosseguimento social, assim sendo, possam dar prosseguimento às suas idéias e conhecimentos. No século XX, vários educadores se evidenciaram, principalmente após a publicação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932. Na década de 30, Getúlio Vargas assume o governo provisório e afirma a um grupo de intelectuais o imperativo pedagógico do qual a revolução reivindicava; esses intelectuais envolvidos pelas idéias de Dewey e Durkheim se aliam e, em 1932 promulgam o Manifesto dos Pioneiros, tendo como principal personagem Fernando de Azevedo. Grandes humanistas e figuras respeitáveis de nossa história pedagógica, podem ser citadas, como por exemplo Lourenço Filho (1897-1970) e Anísio Teixeira (1900-1971). A Escola Nova foi um movimento de renovação do ensino que foi especialmente forte na Europa, na América e no Brasil, na primeira metade do século XX . O escolanovismo desenvolveu-se no Brasil sob importantes impactos de transformações econômicas, políticas e sociais. O rápido processo de urbanização e a ampliação da cultura cafeeira trouxeram o progresso industrial e econômico para o país, porém, com eles surgiram graves desordens nos aspectos políticos e sociais, ocasionando uma mudança significativa no ponto de vista intelectual brasileiro. Na essência da ampliação do pensamento liberal no Brasil, propagou-se o ideário escolanovista. O escolanovismo acredita que a educação é o exclusivo elemento verdadeiramente eficaz para a construção de uma sociedade democrática, que leva em consideração as diversidades, respeitando a individualidade do sujeito, aptos a refletir sobre a sociedade e capaz de inserir-se nessa sociedade Então de acordo com alguns educadores, a educação escolarizada deveria ser sustentada no indivíduo integrado à democracia, o cidadão atuante e democrático. Para John Dewey a escola não pode ser uma preparação para a vida, mas sim, a própria vida. Assim, a educação tem como eixo norteador a vida-experiência e aprendizagem, fazendo com que a função da escola seja a de propiciar uma reconstrução permanente da experiência e da aprendizagem dentro de sua vida. Então, para ele, a educação teria uma função democratizadora de igualar as oportunidades. De acordo com o ideário da escola nova, quando falamos de direitos iguais perante a lei, devemos estar aludindo a direitos de oportunidades iguais perante a lei.



Autora: Amelia Hamze

Educadora Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos

Seminários

Resumos dos seminários... Escola tradicional e Escola Nova


Fundamentos Sócio Filosóficos da Educação

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna, 1989, p. 157-194 e 202 - 218.



A Escola Tradicional

Alunas: Juliana Galvão Bezerra (Licenciatura em Ciências Biológicas)
Luana Gabriela Serafim da Silva (Licenciatura em Ciências Biológicas)
Luciana (Licenciatura em Geografia)


Baseada em uma educação magistrocêntrica, onde a centralização é voltada para o professor e para a transmissão de conhecimentos, eis que surge a Escola Tradicional, a partir do Renascimento e da Idade Moderna.
Como uma Escola voltada para os interesses da classe dominante de sua época, a Escola Tradicional vem a apresentar um dos conceitos mais rígidos de Educação, no qual, ordem, disciplina e submissão são as palavras-chaves que regem seus princípios.
A centralização do conhecimento na figura do professor e a memorização do conteúdo transmitido são aspectos cruciais para este modelo pedagógico que vem a “criar” uma geração de alunos passivos, vistos como uma “caixa acumuladora”, onde, quanto mais conhecimento acumulado (decorado, para ser sincero), maior a capacidade intelectual do mesmo.
Uma Escola onde, de maneira compensativa (ou repreensiva) fazia-se uso de métodos de premiações e punições como forma de inferir o adquirimento do conhecimento transmitido.
Várias foram suas faces apresentadas que adequaram-na às exigências históricas ao longo dos tempos, do mesmo modo que vários foram os participantes e contribuintes deste período que empenharam-se, de forma significativa, para quebrar as barreiras impostas pelo modelo pedagógico da Escola Tradicional e para transformar a Educação de um simples modo de transmissão de conhecimentos para uma forma importante de formação do aluno, tanto intelectual e quanto como pessoa, dentre os quais pode-se destacar: Lutero, Erasmo, Rebelais, Montaigne, Comênio, Kant, Herbart, entre vários outros.
Com base no que foi citado anteriormente, apresentara-se, de forma mais aprofundada, o Seminário sobre a Escola Tradicional. Apresentação esta que tem como principal objetivo mostrar uma visão panorâmica sobre o que foi o modelo pedagógico da Escola Tradicional e o que ele ainda representa para a pedagogia atual, abordando temas como suas principais características (de um modo geral), seu contexto histórico, seus pontos positivos e negativos, suas influências e interferências na atualidade, entre vários outros aspectos.

Natal / RN, Abril de 2009.



O PENSAMENTO PEDAGÓGICO DA ESCOLA NOVA

Grupo: Amalya Gomes, Celsulla Dantas, Janaína Gomes, Thiago Araújo e Francisco das Chagas.


O QUE É:

Considerado o mais vigoroso movimento de renovação da educação depois da criação da escola pública burguesa, que fundamenta o ato pedagógico na ação.

ORIGEM:

Na “Escola Alegre” (Feltre – 1378-1446), seguindo a pedagogia romântica e naturalista de Rousseau, tomando forma concreta no séc. XX, influenciando realmente os sistemas educacionais e a mentalidade dos professores.

O QUE PROPUNHA A TEORIA DA ESCOLA NOVA?

Que a educação se renovasse para instigar a mudança social.

COMO PERCEBIA A ESCOLA E A EDUCAÇÃO?

Valorizava a autoformação e a atividade espontânea da criança. O aluno deveria ser o autor da sua própria experiência através dos métodos ativos e criativos, que significaram o maior avanço da Escola Nova.

PIONEIROS DA ESCOLA NOVA:

JOHN DEWEY (1859-1952): primeiro a formular o novo ideal pedagógico afirmando que o ensino deveria se dar pela ação e não pela instrução, que a educação continuamente reconstruía a experiência concreta, ativa, produtiva, de cada um, uma educação, pragmática, instrumentalista. Buscava a convivência democrática, sem, entretanto, por em questão a sociedade de classes.
Para Dewey a educação poderia ajudar a resolver problemas das experiências concretas da vida ajudando o aluno a pensar sobre eles. Este pensar, para Dewey, tem cinco estágios: 1º) uma necessidade sentida; 2º) a análise da necessidade; 3º) as alternativas de solução do problema; 4º) a experimentação de várias soluções; 5º) a ação final de maneira científica. Uma visão de educação como processo e não como produto.


ADOLPHE FERRIÈRE (1879-1960): educador suíço, foi um dos maiores divulgadores da escola ativa e da educação nova na Europa. Criticou a educação tradicional acusando-a de trocar a alegria do aprendiz pela inquietude, o regozijo pela gravidade, o movimento espontâneo pela imobilidade e as risadas pelo silêncio. Fundou o Birô Internacional das Escolas Novas com a preocupação não só de divulgar a nova pedagogia, mas também de sintetizar correntes pedagógicas distintas com a preocupação de colocar o aluno no centro das perspectivas educativas. O Birô aprovou trinta itens considerados básicos para a nova pedagogia, cuja síntese afirmava que a) a educação deveria ser integral (intelectual, moral e física); b) ativa; c) prática (com trabalhos manuais obrigatórios, individualizada); e d) autônoma (campestre em regime de internato e co-educação).

ESCOLANOVISTAS QUE SE DESTACARAM PELOS MÉTODOS CRIADOS:

WILLIAM HEADR KILPATRICK (1871-1965): discípulo de Dewey, destaca-se pelo seu método de projetos, que poderiam se manuais, de descoberta, de competição e de comunicação. Os projetos teriam quatro etapas: designar o fim, prepará-lo, executá-lo e avaliá-lo. Os projetos ainda podem ser: de produção; de consumo; de resolução de algum problema e de aperfeiçoamento de alguma técnica.

OVIDE DECROLY (1871-1931): criou o método dos Centros de Interesses (a família, o universo, o mundo animal e vegetal, etc...), os quais desenvolveriam a observação, a associação e a expressão. Distinguem-se dos projetos porque não visam um fim, a construção de algo.

MARIA MONTESSORI (1870-1952): transpõe para as crianças normais seu método de recuperação de crianças deficientes com base na utilização de jogos educativos para trabalhar o tato, a pressão, cores, formas, espaços, etc.... Pela primeira vez na história da educação construiu-se ambientes condizentes com o tamanho das crianças.

ÉDUARD CLAPARÈDE (1873-1940): deu à escola ativa o nome de educação funcional. A atividade deveria ser vital ao homem, ser individualizada e ao mesmo tempo social e socializadora.

JEAN PIAGET (1896-1980): pai da teoria epistemológica, estudou a natureza do desenvolvimento da inteligência na criança. Defendeu o método da observação da criança através da pedagogia experimental que mostrasse como a criança organiza o real. Deve-se colocar a criança para pensar. O professor deve respeitar as etapas do desenvolvimento da criança.

ROGER COUSINET (1881-1973): desenvolveu o método do trabalho por equipes que deveria ter as seguintes etapas: a) acumular informações através de pesquisa; b) exposição e elaboração das informações; c) correção dos erros; d) cópia individual dos resultados; e) desenho individual; f) escolha do desenho mais significativo para arquivo da sala; g) leitura do trabalho de grupo; h) elaboração de uma ficha resumo.

COMENTÁRIO GERAL:

Embora não haja uma relação direta entre a Escola Nova e o Tecnicismo pedagógico, o desenvolvimento da tecnologia de ensino deve muito à preocupação escolanovista com os métodos e técnicas educacionais, a exemplo de Skinner (1904-1990), famoso pela suas técnicas psicológicas de condicionamento humano, aplicadas ao ensino-aprendizagem. No mundo e no Brasil muitas escolas com nomes diferenciados revelam a influência da filosofia educacional da escola nova (escolas livres, comunitárias, vocacionais, colégios de aplicação ... ). A presença na sala de aula do rádio, da televisão, do cinema, do computador, etc..., se deve aos centros de interesses da Escola Nova.


CRÍTICA:

Na segunda metade do séc. XX uma visão crítica a respeito da educação da Escola Nova aponta que esta acompanhou e serviu ao capitalismo. Afirma que toda educação é política e que a Escola Nova constituiu-se em função da educação moderna preparando a mentalidade, a ideologia e a conduta das crianças para reproduzirem a sociedade e não para transformá-la. A rentabilidade do aluno serviria à sociedade burguesa – preparar o jovem para a atividade prática, o trabalho, a competição. Foram poucos os escolanovistas que evidenciaram a exploração do trabalho e a dominação política, própria das sociedades de classe. Entretanto, alguns autores críticos, como Paulo Freire (1921), afirma que a educação nova não foi um mal em si, como dizem alguns “conteudistas”. De certa forma ela representou avanços na história das idéias e práticas pedagógicas.
O movimento da Escola Nova demonstra a consideração às teorias positivistas e marxistas daí constituir-se num movimento complexo e contraditório não podendo ser confundido com um movimento liberal. Chegou a influenciar a Escola Socialista, popular e autônoma e alguns teóricos progressistas atuais (Suchodolski e Snyders), que apontam uma perspectiva integradora de diversas correntes anteriores.



terça-feira, 7 de abril de 2009

Pensamentos da ética

Todo olhar sobre a ética deve perceber que o ato moral é um ato individual de religação: religação com o outro, religação com uma comunidade, religação com a sociedade e, no limite, religação com a espécie humana (grifo nosso).

O sujeito é compreendido então como um organismo complexo capaz de pensamento. E que pensa a partir de uma tensão estabelecida entre o princípio de exclusão e o princípio de inclusão. O princípio de exclusão é antagônico à alteridade e é o responsável pela identidade singular de cada sujeito. Este princípio se expressa como egocentrismo, o qual pode vir a se tornar egoísmo, favorecendo a origem de muitos atos eticamente condenáveis. O princípio de inclusão rivaliza com o de exclusão e é ele que faz o indivíduo sentir-se parte de uma coletividade. Ele transforma o eu em nós e pode se expressar na forma de altruísmo, favorecendo atos eticamente desejáveis. O sujeito moral vive, então, oscilando entre o caráter vital do egocentrismo e o potencial existente em cada sujeito para a prática do altruísmo.
O ato moral é, neste sentido, um ato de religação do indivíduo com a sociedade e com a espécie humana, um ato capaz de provocar regeneração nas relações humanas. O dever moral parece, portanto, emanar de uma realidade transcendente, de aspecto semelhante ao religioso.
Tendo em mãos a consciência dessas interações entre o transcendental e o mundano, entre o os elos que ligam o sujeito, a sociedade e a espécie, Morin faz um convite a trabalhar para "pensar bem". O bom pensamento é o pensamento que toma a condição humana em sua complexidade e nutre, dessa forma, a capacidade de julgamento ético do sujeito. Seu princípio de religação orienta os sujeitos na direção da solidariedade. O reconhecimento das incertezas futuras quanto às conseqüências do ato ético, a ecologia da ação convida ao desenvolvimento da virtude da prudência e à utilização do princípio da precaução na análise das circunstâncias e contextos. Estas últimas considerações se estendem às discussões sobre as relações entre ciência, ética e política na segunda parte do livro, onde aparece com mais veemência a crítica de Morin ao marxismo e à sua versão stalinista na antiga União Soviética.
A ética de Morin permanece, portanto, ligada a uma filosofia do espírito. Também se poderia dizer que a moral é “natural” ao homem, pois corresponde à natureza do indivíduo e à sociedade. Mas é preciso corrigir essa afirmação, visto que indivíduo e sociedade possuem uma dupla natureza. O indivíduo tem o princípio poderoso do egocentrismo, que o estimula ao egoísmo, enquanto que a sociedade comporta rivalidade, competição, lutas entre egoístas. As sociedades não conseguem impor as suas normas éticas a todos os indivíduos. Estes não podem ter comportamento ético que sempre superem o egoísmo. Esse problema se torna mais grave nas sociedades muito complexas nas quais a integração dos vínculos tradicionais de solidariedade é inseparável do desenvolvimento do individualismo. (Morin p. 22).


A mente humana é egoísta, enquanto a sociedade trata esse egoísmo como uma rivalidade que é entendida do lado competitivo.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O que seria educar para uma cabeça bem feita?

Aptidão Geral

A Educação deve favorecer a aptidão natural da mente para colocar e resolver os problemas e correlativamente, estimular o pleno emprego da inteligência geral.

Organização dos Conhecimentos

Os conhecimentos deve está de forma organizada para que os problemas seja bem solucionados a partir dai, o desenvolvimento da aptidão para concientizar e globalizar os saberes tornam-se um imperativo da educação. Os principais organizadores que permitiram ligar os saberes e lhes dar sentido para educar por uma cabeça bem feita.

Educar para uma cabeça bem feita, e a flexibilidade entre o aluno e professor, discutindo o problema e aprontando as soluções de maneira racional, como enfrenta-lós e por onde começar. A contextualização do educar é muito importante pois envolve várias disciplinas em um só problema, e o aluno desenvolve bem melhor pois ele irá discutir vários termos.